segunda-feira, 30 de abril de 2012

Poema "Se"

Hoje, resolvi colocar o poema "Se" escrito pelo Prof. Hermógenes, autor de vários livros como: Autoperfeição com Hatha Yoga e Yoga para Nervosos. Um pioneiro sobre o estudo do yoga no Brasil.
Dele, tenho uma lembrança muito boa, pois quando eu era criança minha mãe teve um problema sério de saúde, que os médicos não conseguiam diagnosticar e cuidar. Um dia meu pai trouxe o livro Yoga para nervosos e, depois que ela leu comentava com todos que tinha descoberto a sua cura.
Fiquei com aquela informação na cabeça e, depois já na época em que eu comecei a praticar o yoga comprei os livros dele, que me serviram e continuam servindo como estudo.
Também tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, numa empreitada que foi uma aventura. Eu ainda trabalhava em editora e, um cliente foi vender o livro dele num evento, pedi para ir junto, ajudei a vender o livro como se fosse funcionária do meu cliente. Assisti a palestra e vi como ele é amoroso e verdadeiro nas suas explicações.
Professor Hermógenes muito obrigada!
Compartilho com vocês este poema que considero maravilhoso!

Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia…
Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas…
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser…
Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo…
Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio.
Que é o irrestritamente perdoar,
E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou…
Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio…
Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu…
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia…
Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende…
Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim…
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito…
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz…
Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou…
Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

Prof. Hermógenes

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vivência de Yoga com Arte - Amurt SP

            No final de 2011, fiz uma Vivência de Yoga com Arte, com todas as funcionárias das creches da Amurt Amurtel de São Paulo. O trabalho realizado por elas com as crianças e com a comunidade é lindo, admirável, feito de coração.



            A AMURT São Paulo é uma ONG que atende a quase 500 crianças carentes com até 11 anos trabalhando em espaços onde as crianças além de práticas pedagógicas também participam de atividades como yoga, meditação e vivenciam valores como respeito, compaixão e cooperação mútua.

            Primeiro fizemos uma prática de yoga e, em seguida uma atividade artística ligada ao tema em questão. No primeiro dia tivemos a construção de um trabalho tridimensional que foi compartilhado com o grupo e no segundo dia a construção de uma mandala, baseada nos objetivos a serem conquistados para o próximo ano e para o grupo.


             Coloquei as imagens de algumas mandalas, mas todas ficaram lindas, com a presença da criatividade e do cuidado com que realizaram.



           Foi um grande prazer e um enorme privilégio estar com pessoas tão batalhadoras e que realizam um trabalho maravilhoso.  
           Segue abaixo os dados para quem quiser conhecer melhor o trabalho da Amurt Amurtel em São Paulo:




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Não tenho paciência para ficar parada ...
                  
            Pois é, eu também não. E você deve estar imaginando como que uma professora de yoga pode escrever isso. Porque fazer yoga não é ficar parado. Também não é fazer posturas mirabolantes, isso é melhor deixar para os malabaristas de circo.
            Resolvi escrever um pouco sobre isso, porque escuto muitas pessoas me falarem que não praticam yoga porque não tem paciência para ficar parado. Essa informação é um grande engano, não ficamos parados na aula, pelo contrário, o mais importante no yoga é fazer a postura consciente da respiração e, nas posturas em movimento temos que acompanhar a inspiração e a expiração com cada etapa. Só esse fato já nos proporciona um grande trabalho mental e corporal, no sentido positivo, pois deixamos de “brigar” com a mente e damos um direcionamento a ela. Os benefícios podem ser sentidos logo na primeira aula e, com o decorrer do tempo, sentimos isso na nossa vida, acalmando a ansiedade, dando mais lucidez às nossas atitudes, pensamentos e, dessa forma deixamos de ser “escravos” dos acontecimentos e passamos a ser causas conscientes.
            Como eu costumo dizer aos meus alunos, sempre fui uma pessoa ansiosa e rápida, capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. O que percebi com o decorrer da prática é que hoje consigo fluir de maneira mais tranquila, saudável e alegre. Soltando os pesos das preocupações e ansiedades, percebendo que tudo tem o seu momento certo. E, isso é um trabalho contínuo, requer vontade e perseverança.  
            Uma das qualidades que mais gosto do yoga é a liberdade que conquistamos com o tempo, pois vamos nos percebendo, nos observando e nos conquistando. A cura vem de dentro de você mesmo.
            Por isso aqui vai uma sugestão de uma pessoa como você, que começou a praticar yoga há vários anos e, hoje consegue sentir os inúmeros benefícios, mas sempre praticando, aprendendo e compartilhando.